A Dança Intrincada da Produtividade e Criatividade
A interação entre procrastinação, produtividade e criatividade é frequentemente mal compreendida. Ao contrário do que se pensa, a procrastinação nem sempre é a inimiga da produtividade; na verdade, pode ser um catalisador para a criatividade. Essa relação complexa, juntamente com as nuances da motivação intrínseca e extrínseca, oferece uma nova perspectiva para profissionais altamente realizadores.
Um novo entendimento sobre a Procrastinação: Uma Ferramenta para Inovação
Segue o exemplo de Steve Jobs, cuja abordagem à procrastinação não era sobre evitar, mas permitir que as ideias se desenvolvessem e evoluíssem. Esse método de atraso estratégico pode levar a inovações revolucionárias, como visto no desenvolvimento dos produtos icônicos da Apple. A procrastinação, quando usada sabiamente, pode se tornar uma poderosa ferramenta no arsenal de um executivo, promovendo um espaço para pensamento criativo e solução de problemas inovadora.
Quando você se apaixona por uma ideia que surge e parte para a execução, por mais que pareça que você está ganhando produtividade, na verdade você está perdendo a capacidade criativa para a elaboração de algo de mais valor agregado. Se permita “guardar” esta ideia por semanas para que seu inconsciente e o tempo possam diferir e evoluir a ideia e depois parta para a execução. O resultado pode te surpreender.
O Poder da procrastinação sobre a Criatividade
1. Procrastinação Estratégica:
- Grant argumenta que a “procrastinação estratégica” pode ser benéfica para a criatividade. Ele diferencia entre procrastinação preguiçosa e procrastinação estratégica, onde esta última envolve adiar tarefas não urgentes para permitir que ideias amadureçam no subconsciente.
- Ele sugere que, ao procrastinar, damos a nós mesmos mais tempo para refletir de forma abstrata e considerar diferentes abordagens e soluções para problemas.
2. Processo Criativo Não Linear:
- Conforme explorado por Grant, o processo criativo não é necessariamente linear. Ele defende a ideia de que as pausas e atrasos podem proporcionar insights valiosos que não surgiriam sob pressão de tempo constante.
- Este aspecto da procrastinação permite que as pessoas façam conexões inusitadas e pensem fora dos padrões estabelecidos.
3. Equilíbrio entre Estrutura e Flexibilidade:
- Grant enfatiza a importância de encontrar um equilíbrio entre estrutura e flexibilidade. Enquanto a estrutura é importante para a produtividade, a flexibilidade permite a liberdade de explorar novas ideias.
- A procrastinação, nesse sentido, pode oferecer um espaço onde a mente pode vagar livremente, abrindo caminho para a criatividade e inovação.
4. A Importância do Prazo Final:
- Um ponto crucial no pensamento de Grant é que a procrastinação só é eficaz se houver um prazo final. Sem um prazo, a procrastinação pode levar à inatividade e falta de produtividade.
- Prazos finais criam um senso de urgência necessário, mas procrastinar dentro desse limite pode promover a criatividade.
5. Riscos e Benefícios:
- Grant também reconhece que a procrastinação não funciona para todos nem para todas as situações. Ela pode ser arriscada e, se mal administrada, levar a resultados negativos.
- No entanto, quando utilizada com discernimento, a procrastinação pode ser uma ferramenta poderosa para estimular o pensamento criativo e inovador.
Em resumo, Adam Grant propõe uma reavaliação da procrastinação, vendo-a não como um vilão universal, mas como uma potencial aliada na busca pela criatividade. Ele enfatiza a importância de entender como e quando utilizar a procrastinação estratégica para otimizar o processo criativo, ressaltando que ela deve ser equilibrada com disciplina e a consciência de prazos finais.
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